domingo, 22 de março de 2009

De olho no PPP Brasil. É só espiar! (Cap. 10)

O cômodo expediente de se tratar do sintoma e não do problema revela-se mais uma vez na vida política brasileira, desta vez na (conturbada) morte-vida política do Senado Federal. PT e PMDB aparam suas arestas, encontram denominadores comuns e comprometem-se não a moralizar a Casa, mas a barrar novos vazamentos de novos - e velhos - escândalos.
Ou seja, na visão dos caciques dos partidos em questão (e de tantos outros a quem a passiva quietude é tão conveniente), o problema não são os escândalos, mas o fato de se tornarem públicos e aparecerem nas páginas do jornais, revistas, internet e no horário nobre da TV.
Nos últimos dias, o Senado foi chamado até mesmo de casa de tolerância por indignados eleitores da improdutiva Casa. A analogia me parece um tanto quanto imprópria. Afinal, quem procura uma casa de tolerância sabe exatamente o que vai encontrar. Já no Congresso, o que deveria ser a atividade-fim tem se tornado apenas um meio, um subterfúgio para peraltices e traquinagens mil de Suas Excelências e de seus congêneres.
Enquanto houver espaço sob o tapete do Senado para passagens, celulares, cela milionária, mansões, diretores às pencas e tantas outras esquisitices bastante peculiares de nossa democracia, restará ao Congresso a alcunha de "a casa DA tolerância".

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