domingo, 6 de janeiro de 2008

É domingo, é noite e isso é ótimo!

O silêncio do apartamento às 23h12min se enche de encanto com a chuva caindo lá fora. Não sei por que as pessoas detestam as noites de domingo. Ela chega serena e placidamente, como todas as outras, mas ninguém a vê. Só se pensa na manhã de segunda, nos compromissos, nos horários, nas obrigações... e se esquece de uma noite inteira de grandes possibilidades. Já foi ao cinema domingo à noite? Experimente! Sobretudo se for um filme leve. Você verá o quanto voltará para casa com o corpo, a mente e o espírito tranqüilos, não para enfrentar, mas para viver uma nova semana, que está apenas começando.

Salve o planeta sim!

O artigo do professor José Eli da Veiga, na Folha de hoje, nos fornece um novo enfoque sobre o importante debate da preservação do planeta, diante das agressões motivadas pelo homem. Segundo Veiga, até mesmo as terminologias estariam incorretas, já que o que está na berlinda não é a prosperidade da Terra, mas da própria existência humana. O texto sugere que o problema só tem sido abordado a partir de uma perspectiva antropocêntrica, já que a maior parte das formas de vida, como as bactérias, baratas e amebas, não estão nem de longe ameaçadas. Aos nossos olhos leigos, o texto parece cientificamente perfeito e bem embasado. No entanto, se Darwin mostrou ser impossível que qualquer espécie possa se eternizar, me parece legítimo que nós, seres humanos, empenhemos nossos esforços, ao menos, para que nosso fim não seja prematuro e que a nossa passagem não desequilibre outras formas de vida. Mesmo que o slogan pareça presunçoso, “salvemos o planeta!”. Afinal, penso que bactérias, baratas e amebas não farão parte das nossas árvores genealógicas.

Sobre as mentiras de Lula

A situação de desmazelo em que se chafurda a política brasileira encontrou perfeita correspondência no episódio do aumento do IOF e da CSLL. De um lado, um governo que, sem o menor pudor, mente, ilude e rasga acordos. E ainda o faz com escárnio, como na infeliz fala de Mantega, para quem as promessas do governo de não aumentar imposto se limitariam ao ano de 2007. Do outro, uma oposição infantilizada, cuja ingenuidade chega a ser até suspeita. Afinal, é no mínimo intrigante que caciques como Virgílio e Agripino tenham, mais uma vez, caído na conversa de Lula, Jucá, Mantega e companhia, sobre a questão do aumento de impostos para compensar a CPMF perdida. De parte a parte, não há vencedores. E no meio de tudo isso está o contribuinte, mais uma vez chamado a pagar a conta da incompetência do governo na administração das contas públicas.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Prioridades oficiais

A “Questão de prioridade” (Folha de S.Paulo, Editoriais, 2/1) brilhantemente levantada por Ricardo Mello é, no mínimo, emblemática. Beira o humor negro que o chefe-de-gabinete da Casa Civil, João Germano Bottcher Filho, esteja tão preocupado com o calor paulistano e com a “urgência” de um ar condicionado no auditório do Palácio dos Bandeirantes, enquanto várias pessoas poderiam ter sido torradas vivas dentro de um Hospital das Clínicas, que sequer possui autorização dos bombeiros para funcionar. Então, para os governantes, qual é a prioridade? Reformar o palácio ou o HC? O contribuinte, conhecendo a classe, não terá dificuldades para chegar à miserável conclusão. Afinal, agüentar terno e gravata sem ar condicionado no calor de São Paulo, não dá, não é? E, se mesmo assim, alguém ainda tiver dúvida de qual será a prioridade, um lembrete: pela versão oficial, o único óbito ocorrido após o episódio foi motivado pelo “estado terminal do paciente”.

Feliz minuto novo!!!

Passadas as festas de fim de ano, hora de retomar a “vida normal”, com todas as suas alegrias e provações. É engraçado observar como a sensação de completude vivenciada nas últimas horas de dezembro é rapidamente transformada em ponto zero, na virada do ano. Como um livro que terminamos de ler e que, surpreendentemente, já na página seguinte, abre uma nova história. No entanto, no mais das vezes, a prática é que se continue a mesma história. Isso porque as resoluções de 1º de janeiro, para muitos, mal duram até o dia seguinte. A velha batalha entre preguiça e disciplina. Projetos seguem enclausurados no papel, na mesma medida em que demandamos um rito de passagem para nos dispormos às mudanças. Impressionante o que as convenções podem fazer em nossas vidas, e também o que podem não fazer. E, ainda que seja uma convenção, para que não percamos a motivação de transformar a nossa vida em algo ainda melhor (afinal, estar vivo já é uma bênção!), o meu desejo para 2008 é que não deixemos as grandes mudanças dependerem de um marco temporal. Mas se você é um desses que não consegue pensar diferente, o tempo também é seu aliado. Afinal, você pode mudar o ponto referencial, da virada do ano, para a virada de um dia. Se for mais entusiasta, quem sabe a virada de uma hora? Bom mesmo seria a virada de um minuto. Para tanto, você tem 60 segundos para mudar a sua vida. Aproveite! Feliz minuto novo!