sexta-feira, 23 de maio de 2008

Vestido de Noiva

Sobre envelhecer com dignidade e fugindo um pouco de Madonna e REM, digna de nota a atuação de Norma Bengell, revivendo Madame Clessi, em Vestido de Noiva, da cia. de teatro “Os Satyros”. Gratificante vê-la em plena forma aqui no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, mesmo depois de uma contusão, que a impediria de vir, não fosse a sua fibra. Ao final, o choro de Norma foi a emoção de todos nós. Melhor ainda foi tê-la em Nelson Rodrigues, alguém que teima em, dignamente, não envelhecer nunca, graças a cada uma de nossas indignidades.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

"Dá pra resumir?"

O império da mediocridade avança sobre a raça humana! É triste e desesperador pensar como um batalhão de gente hoje em dia se exime justamente… de pensar! Qualquer mínimo exercício de reflexão torna-se tarefa hercúlea, que no mais das vezes, resulta em “ah, deixa pra lá…!”. Ou então na emblemática “dá pra resumir?”. O pensamento, a reflexão e o exercício da abstração, cara Lorena, caro Álvaro e amigos, são a base que nos diferencia dos animais irracionais. Não sei fazer juízo de valor se estamos mais ou menos evoluídos que os tais bichos. Mas sei que esse é um elemento que nos livra do nível da bestialidade. Abrir mão disso, por preguiça, negligência, ignorância ou coisa que o valha, é deixar o caminho livre para que tenhamos novos casos Richtoffens, Nardonis, ou outros “João Hélio”. Devemos nos agarrar, como um náufrago à sua bóia, a todo e qualquer lampejo de problematização da vida e das coisas da vida. Aqui em Belo Horizonte, ontem à noite, tivemos o prazer de ver Zeca Camargo e Rubem Alves na Bienal do Livro. Oportunidade ímpar de parar por um instante as tarefas do cotidiano… e de pensar. Pensar, refletir e dialogar sobre as coisas da vida, sobre o caráter múltiplo e multifacetado da existência humana. Eu, como muitos outros, esperamos horas por uma sessão extra, que Zeca e Rubem generosamente nos ofereceram, diante da grande procura. Grata espera que nos permitiu uma hora de boa conversa com essas grandes figuras. Tempo de pensar! Talvez Lorenas e Álvaros passassem por ali, com ar de enfado, e dissessem: “Blargh! Papo-cabeça…!”.

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