sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Sozinho, às 19h.

Olhando para o porta-retrato empoeirado, sobre o criado, não conseguia conter a lágrima. Tampouco a respiração ofegante. A dor lhe doía no corpo e na alma. Cinco anos de intensidade. Agora, não restava mais nada, além de fotografias digitais salvas em pilhas de CD’s. E aquela foto, a única que ele uma dia decidira imprimir. Cinco anos que mereceram apenas um registro em papel. Era o sorriso mais espontâneo que ela já lhe dera, na primeira viagem dos dois juntos. Na foto, só ela. Agora, só, ele. Do outro lado da cidade, talvez ela chorasse as mesmas lágrimas. Ou sequer pensava nisso agora. A noite cai na cidade e nos indivíduos.

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