sábado, 1 de dezembro de 2007

Exercício sociológico

Na sala de bate-papo, o mesmo de sempre. Fulano de tal entra na sala. Beltrano sai. X grita com Y. W flerta com Z. Alguém mais animado, convenientemente escondido atrás da tela e dos óculos remendados, externa seus mais lascivos ímpetos. Mexe com todas as mulheres, inclusive as do sexo feminino. Alguns filosofam, aproveitando a solidão que lhes envolve, na vã esperança de que seus papos abstratos atraiam alguém cabeça. Outros querem apenas corpo e membros. Outros, só corpos. Outros, só membros. Tem de tudo. Os nomes são os mais variados: deusa de ébano, gato da noite, don juan, escritor, ou, (não) literalmente, morena gostosa. Vale de tudo. Perversidades à solta naquela noite de sábado. Nem precisa daquele trago para criar coragem. Todos estão ocultos e imunes a valores ou à timidez. Vale fantasiar. O quanto quiser. Solteiros, casados, viúvos... a solidão não escolhe suas vítimas na noite alta. Acomete até quem não está só.

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