domingo, 24 de fevereiro de 2008

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E meu romance insiste em não sair. Meu conto teima em não nascer. A crônica? Ficou na vontade. Os poemas... só superficialidades. Outra madrugada se aproxima, com seu silêncio, de novas e incontáveis chances. A taça de vinho não me falta. Nem ela, nem o calor. A cidade ferveu, e agora queima suas cinzas, enquanto um novo dia se prepara por lados orientais. O sol prometeu que voltaria, e de volta traria as idéias, os conflitos, as rimas. Os olhos já vêm pesados. O peso da semana e das taças de vinho. Os dedos percorrem as teclas, numa melodia incerta e dissonante. Em mãos e corações hábeis, dissonâncias já viraram bossa nova. Nas minhas, são puro ruído. Idéias que não se concatenam, ou que, brevemente, vêem-se natimortas. 23h59min... na virada do próximo minuto, renovam-se as oportunidades. Paralelamente aos pobres e ricos mortais, não comemoro a virada do ano, mas a virada dos dias. Pois cada um deles vem renovar as minhas possibilidades de ser feliz. De produzir e reproduzir. Não seres... idéias! Logo logo vou para a cama. O sono representa o abrir mão do mais produtivo período do dia.

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