quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Prioridades oficiais

A “Questão de prioridade” (Folha de S.Paulo, Editoriais, 2/1) brilhantemente levantada por Ricardo Mello é, no mínimo, emblemática. Beira o humor negro que o chefe-de-gabinete da Casa Civil, João Germano Bottcher Filho, esteja tão preocupado com o calor paulistano e com a “urgência” de um ar condicionado no auditório do Palácio dos Bandeirantes, enquanto várias pessoas poderiam ter sido torradas vivas dentro de um Hospital das Clínicas, que sequer possui autorização dos bombeiros para funcionar. Então, para os governantes, qual é a prioridade? Reformar o palácio ou o HC? O contribuinte, conhecendo a classe, não terá dificuldades para chegar à miserável conclusão. Afinal, agüentar terno e gravata sem ar condicionado no calor de São Paulo, não dá, não é? E, se mesmo assim, alguém ainda tiver dúvida de qual será a prioridade, um lembrete: pela versão oficial, o único óbito ocorrido após o episódio foi motivado pelo “estado terminal do paciente”.

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